sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Mito, Memória e História - parte 2


















Tucídides sustenta seu ponto de vista demoradamente, e entre as personagens "históricas" que ele apresenta em sua introdução aparecem Heleno, filho de Deucalião (o ancestral de cujo nome se originou o dos helenos), Minos, rei de Creta, e Agamenon e Pélops. Os detalhes são vagos, afirma ele, tanto sobre o passado remoto quanto sobre o período que antecedeu a Guerra do Peloponeso — um ponto em comum bastante significativo —, mas os esboços gerais são claros e confiáveis. Homero exagerou, pois, sendo poeta, empregou adequadamente a licença poética, e Tucídides, ao contrário da maioria vulgar, reconheceu isso em sua introdução. O próprio Tucídides alerta que em seu trabalho não atenderá aos anseios por exageros e adornos poéticos da parte dos leitores; seu relato dos fatos será objetivo. Mas nem Tucídides, Platão, Aristóteles ou qualquer outro chegaram a mostrar-se totalmente céticos quanto ao que um escritor moderno poderia chamar de "semente histórica do épico", e certamente não o rejeitaram por completo.
Contudo, o que quer que tenha sido, o épico não era história, e sim uma narrativa, detalhada e precisa, com descrições minuciosas de guerras, viagens marítimas, banquetes, funerais e sacrifícios, todos muito reais e vívidos; ele podia conter inclusive algumas sementes encobertas do fato histórico — mas não era história. Como todo mito, era atemporal. As datas e um escalonamento coerente de datas são tão essenciais para a história quanto a medição exata o é para a física. O mito também sugeria fatos concretos, mas estes eram completamente isolados: não tinham ligação nem com os acontecimentos anteriores nem com os posteriores. A Ilíada começa com a cólera de Aquiles por causa de uma afronta à sua honra e termina com a morte de Heitor. A Odisséia, como cenário para as viagens de Ulisses, menciona o término da Guerra de Tróia e o retorno de alguns dos heróis. Mas tudo isso acontecia no estilo "era uma vez", surgindo do nada(o rapto de Helena é meramente outro fato isolado, totalmente a-histórico sem qualquer sentido significativo) e levando a nada. Mesmo dentro da narrativa, o relato é fundamentalmente atemporal, apesar de muitos números (de dias ou anos) serem determinados. "Esses números, em sua maioria, referem-se tipicamente a todas quantidades possíveis, e em geral não estão ligados entre si; não servem de base para cálculos ou sincronizações. Simplesmente indicam, de modo amplo, uma magnitude ou escala, e em sua pseudoprecisão estilizada simbolizam uma longa duração. Na realidade, não há interesse na cronologia, quer relativa quer absoluta." Muitos anos depois, os autores de tragédias mantiveram a mesma indiferença: Édipo, Ifigênia, Orestes, todos fizeram ou passaram por coisas que se acreditava serem fatos históricos, mas os eventos flutuavam vagamente no passado distante, desvinculados, em termos de tempo ou padrão, de outros acontecimentos.
A atemporalidade reflete-se também nas características individuais. A morte é um dos principais tópicos de suas vidas (bem como a honra, da qual é inseparável), e o destino é freqüentemente o mais importante poder propulsor. Nesse sentido eles vivem no tempo, e tão somente nesse sentido. A nenhum leitor da Odisséia deve ter escapado que quando o herói volta, depois de vinte anos, ele e Penélope são exatamente o que haviam sido meia geração antes. Mas Samuel Butler certamente não se deu conta disso, quando escreveu: "Não há nenhum caso de amor na Odisséia, exceto a volta de um homem casado, calvo e idoso, para a esposa idosa e o filho adulto, depois de uma ausência de vinte anos, e furioso por terem-lhe rou¬bado tanto dinheiro nesse meio-tempo. Dificilmente, porém, poderíamos chamar isso de caso de amor; quando muito, não passa de domesticidade."
O poeta não diz que Ulisses estava calvo e velho; Butler é quem o diz, e, provavelmente, foi isso que ele chamou de ler os versos homéricos "com inteligência": lendo-lhes as "entrelinhas". Um Ulisses que não estivesse calvo e velho depois de vinte anos seria contrário ao senso comum e à "inteligência". O erro - e Samuel Butler é apenas um bode expiatório para uma prática freqüente - está em aplicar o pensamento histórico moderno, à guisa de senso comum, a um relato mítico, a-histórico. Esposas e maridos históricos envelhecem, mas a verdade é que nem Ulisses nem Penélope mudaram em nada; não evoluíram nem degeneraram, assim como nenhuma outra personagem do poema épico. Tais homens e mulheres não podem ser personagens da história; são excessivamente simples, fechados em si mesmos, rígidos e estáveis, excessivamente desvinculados de seus contextos. São atemporais como o próprio poema.
Talvez o exemplo mais decisivo não venha de Homero, mas de Hesíodo, que viveu aproximadamente na mesma época*. A introdução de Os Trabalhos e os Dias contém um dos mais famosos relatos primitivistas, a narrativa do declínio do homem da idade de ouro do passado em vários estágios, cada um simbolizado por outro metal: ao ouro sucede-se a prata, em seguida o bronze ou o cobre, e finalmente o ferro (a era presente). Mas a visão de Hesíodo não é de degeneração progressiva, de evolução ao contrário. Cada raça humana (Hesíodo fala de raças, genê, não de idades) não evolui até
a seguinte; ela é destruída e substituída por uma nova criação. Nenhuma das raças existe nem no tempo nem no espaço. As raças humanas são atemporais como a Guerra de Tróia: tanto em relação ao futuro quanto ao passado. E assim Hesíodo pode lamentar: "eu não queria estar entre os homens da quinta geração, e sim ter morrido antes ou nascido depois" (versos 174-75)12.
É possível que o mito das quatro idades ou raças do metal tenha se originado no Oriente, sendo helenizado por Hesíodo. Mas houve também uma quinta idade ou raça, certamente grega do começo ao fim: a idade dos heróis inseridos entre o bronze e o ferro. "Mas quando a terra cobriu também essa geração [bronze], Zeus, o filho de Cronos, criou mais outra, a quarta, sobre a terra fecunda, que era mais nobre e justa, uma raça semelhante a deus, de homens-heróis que são chamados de semideuses, a raça que antecedeu a nossa, por todo o vasto mundo." Essa colcha de retalhos era inevitável, pois os mitos dos heróis estavam tão arraigados na mente e eram tão indispensáveis que não podiam ser deixados de lado. A colcha de retalhos é a regra no mito, e não causa problemas. Só os que têm uma mente voltada para a história é que vêem os pontos rústicos e as costuras defeituosas, e sentem-se incomodados com isso, como é evidente em He-ródoto. Mas Hesíodo não tinha uma mente voltada para a história. De um lado estavam as quatro raças e, de outro, a raça dos heróis. Estes eram os dados e a tarefa do poeta consistia em coligi-los. Ele o fez do modo mais fácil possível, graças à total ausência do elemento tempo. Não havia problemas cronológicos, nem datas para ser sincronizadas, nem evolução para ser acompanhada ou explicada. A raça de heróis não tinha começo na história: ela simplesmente foi feita por Zeus. E também não tinha fim, não sofrera transição para o estágio seguinte, o contemporâneo. Alguns dos heróis foram destruídos diante dos portões de Tebas e na Guerra de Tróia. "Mas, para os outros, o pai Zeus, filho de Cronos, deu vida e um lar separados dos homens, obrigando-os a morar nos confins do mundo. E, imunes à tristeza, vivem eles nas ilhas dos bem-aventurados ao longo da costa do profundo e revolto oceano."
Existe, naturalmente, um sentido no qual o mito das idades não é propriamente um mito. Ele é abstraio demais.


Trecho do livro Uso e Abuso da História de M. I. Finley

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Sobre nossa Independência - Parte 5


















A chegada da Corte.
Com a pressão de uma invasão francesa as portas de Portugal, a Corte se sente obrigada para uma transferência para o Brasil, com proteção dos aliados ingleses.
Então em 1808 começa a se construir a condição favorável para futura Independência com as primeiras atitudes do príncipe regente Dom João VI, em abrir os portos a todas as nações, fazendo tratados comerciais com ingleses que depois se tornaria um dos pilares do interesse britânico em intervir afavor dos brasileiros.
Dom João VI trouxe uma infra-estrutura, e construindo o que faltava para que a cidade do Rio de Janeiro estivesse em condições de ser capital administrativa da realeza portuguesa, como relata o historiador Ciro Flamarion Cardoso:

“Um verdadeiro aparelho de estado e um corpo diplomático instalaram-se no Rio. E em 16 de dezembro de 1815, o Brasil passou à categoria de Reino Unido ao de Portugal e Algarve. Assim, a ex-capital colonial tornara-se sede de ministérios, secretarias, tribunais, repartições públicas, de um Conselho de Estado, outro de Fazenda etc. E foi no Rio de Janeiro que, morta a rainha, o até então príncipe-regente foi aclamado, em 1818, como rei João VI.” (História Geral do Brasil – pág.124).

O Rio de Janeiro foi a cidade que experimentou as maiores transformações, sua população teve um aumento de quase 50%, fora as manufaturas até por causa do alto crescimento demográfico. Houve também na Bahia, o primeiro estabelecimento de curso superior, teve inicio a exploração de ferro em Minas Gerais e em São Paulo.
Apesar de tudo isso havia um grande descontentamento com privilégios que portugueses recebiam em todas suas atividades, tanto que nesse período vemos nascer a Revolução Pernambucana da qual já nos referimos.

“(...) O afluxo de comerciantes e funcionários lusos foi intenso nos anos que se seguiram à instalação do governo lusitano no Rio de Janeiro, cidade que começou a ser percebida como “portuguesa” por excelência pelos habitantes de outras partes do Brasil. A xenofobia esteve presente na revolução que começou no Recife em 1817, chefiada de inicio por um comerciante liberal e logo contando com o apoio de militares,
funcionários, membros do clero e proprietários.” (História Geral do Brasil – pág. 125).


Henrique Rodrigues Soares

domingo, 7 de novembro de 2010

Sobre nossa Independência - Parte 4
















Como que é esse Nacionalismo?
Todos os movimentos anteriores a Independência sempre foram locais, e apenas assumindo quando muito as regiões mais próximas, como no caso da Revolução Pernambucana, ajuntaram-se as províncias do Rio grande do Norte, Paraíba e Ceará.
Não existe ideal nacionalista, não existe clamor por uma pátria, mas sim por uma guerra de interesses comerciais. Existe sim, um antiportuguesismo generalizado.
Para negros e mestiços, é uma luta contra os brancos, é a busca da luta pela igualdade de oportunidades e direitos, e para os fazendeiros, comerciantes, a alta classe era garantia da ordem e seus privilégios.
Apartir do país independente fica notório que tudo fica do mesmo jeito nas questões de distribuição econômica e nas estruturas da sociedade, isto é, vitória da elite.
Ressalto que no período da maioria das rebeliões o que temos hoje como espaço brasileiro nem existia, pois tínhamos o Brasil e o estado do Grão Pará e Maranhão.
Outro fator preponderante é que a população maior que era os mais pobres, não tinha conhecimento dos acontecimentos, e muito menos conhecimento dos ideais libertários franceses. Não havia comunicação adequada entre as regiões, nem estradas em quantidade ou qualidade que torna-se isso viável.


Henrique Rodrigues Soares

domingo, 31 de outubro de 2010

Sobre nossa Independência - Parte 3

Alguns dos principais movimentos:
Houve antes vários movimentos pequenos que não vieram a influenciar a Independência desde o século XVII, mas vamos falar dos mais recentes e importantes:

Inconfidência Mineira (1789) – Desde metade do século XVIII, há uma queda acentuada na mineração, apesar desta decadência, o Marquês de Pombal determina a derrama, com isso começa uma conspiração organizada da elite que se revolta com esta cobrança desmedida.
O movimento não chega a lugar algum, pois antes disso, os planos são delatados e presos os envolvidos, sendo condenados, e um em especial o alferes Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes) em que recai o papel de líder, com enforcamento e esquartejamento para servir de alerta às idéias de independência.

Conjuração do Rio de Janeiro (1794) – Nesta época a Coroa preocupada com as tensões coloniais, recebe denuncias de reuniões noturnas e de ideais subversivos de integrantes da Sociedade Literária e os prende antes de alimentar qualquer ação conspiratória. Para a Coroa foi desbaratada mais uma rebelião local.

Revolta dos Alfaiates (1798) – Com este nome fica conhecida à conjuração baiana que dentre os movimentos foi o que mais abarcou as camadas mais pobres, apesar da liderança elitista que nasceram nas lojas maçônicas.
Quando o Governo Geral do Brasil é transferido para o Rio de Janeiro, a estagnação econômica que já desde o declínio da exportação açucareira se acentua, criando uma insatisfação grande dos poderosos, como dos pequenos da sociedade baiana.
É interessante ressaltar que outra vez a Coroa reprime mais este movimento com a prisão dos intelectuais e os mais abastados, enquanto os das classes mais pobres são julgados e executados.

Revolução Pernambucana (1817) – De todas as regiões brasileiras é a que alimenta mais o antiportuguesismo desde as invasões holandesas, por ter perdido seu papel de importância na colônia, e por pagar caro pela estada do Reino ao Brasil em 1808, com mais impostos para sustentar a corte que fica no Rio de Janeiro.
Depois de se acender todas as discussões nas várias lojas maçônicas e amadurecer um ideal de libertação, com a posse de um novo governador que tem uma administração mais pelos interesses portugueses, a conspiração torna-se inevitável.
É também o movimento mais importante em qual quando reprimidos pela Coroa, tomam a cidade de Recife e proclamam a Republica de Pernambuco. Depois de algumas medidas populares trazendo o povo mais humilde a revolução, é enviado aos Estados Unidos, Inglaterra e Argentina, emissários para o reconhecimento da independência.
Em outra frente são enviados emissários as regiões vizinhos para aumentar o tamanho da revolução como Bahia, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, mas fracassam rapidamente.
Como Pernambuco não consegue o seu intento de reconhecimento internacional, nem de apoio em terras brasileiras, torna-se presa fácil à repressão portuguesa. São atacados por terra e encurralados pelo mar até se dispersarem. Os que não morrem em combates, são presos, e alguns torturados até a morte.
Porém este movimento deixa aceso entre suas cinzas à insatisfação da colônia com o governo português, e marcas de uma liberdade necessária para uma economia e política local.
Um fator preocupante para os portugueses é que esta rebelião aconteceu com o próprio rei em terras brasileiras, não era mais um sentimento de está distante da Metrópole, mas sim de cortar os laços de ser colônia explorativa dos portugueses de lá.


Henrique Rodrigues Soares

domingo, 24 de outubro de 2010

Sobre nossa Independência - Parte 2




















Os Limites da Revolução.Apesar do discurso de liberalismo europeu, apenas pequena parte da elite revolucionária estava inspirada nas obras de autores europeus, pois a maioria deles continuava elitistas e escravocratas. Por isso, a realidade que encontramos quando analisamos os movimentos como Inconfidência Mineira (1789), Conjuração Baiana (1798), Revolução Pernambucana (1817), nos deparamos com liberalidade exclusivista aos senhores comerciantes e produtores rurais, mesmo diante da associação dessas classes excluídas.
Havia por parte desses senhores o medo de um levante escravo, pois a população de negros livres e mulatos, mais os que ainda eram escravos excediam os brancos.
Soava falso toda história de igualdade ou liberdade como é dito pela historiadora Emilia Viotti:

“Dentro dessas condições soariam falsos e vazios os manifestantes em favor das formulas representativas de governo, os discursos afirmando a soberania do povo, pregando a igualdade e a liberdade como direitos inalienáveis e imprescritíveis do homem, quando, na realidade, se pretendia manter escravizada boa parte da população e alienada da vida política outra parte” (Monarquia à República, pág. 31).


Não deve esquecer o traço de uma revolução com aval da Igreja, pelos menos local, como no processo de 1817 conhecidos como Revolução dos Padres, em que vários sacerdotes se engajaram como propagadores e ativistas da causa. A verdade que isso tinha a ver com o Direito de Padroado que era submetida ao Rei, e por isso a hostilidade dos setores do clero.


Henrique Rodrigues Soares

domingo, 17 de outubro de 2010

Sobre nossa Independência - Parte 1














Como Chegamos até a Independência?
Por volta do meio do século XVIII começa a crise da Europa absolutista e mercantilista, e isso afeta diretamente Portugal que vive quase unicamente da exploração colonial. A Coroa portuguesa já endividada, escrava dos interesses ingleses procura manter seu processo explorador com mais contundência, aumentando sua severa fiscalização, sua alta tributação e o regime de monopólios.
O peso suportado pela colônia já demonstra sinais de insatisfação. O que no início era considerado um pacto entre irmãos era na realidade um tratado unilateral comercial entre Metrópole e sua colônia.
O sistema colonial tradicional proibia as colônias de exportar seus produtos diretamente aos outros países, todos teriam que passar pela Metrópole, como também as manufaturas importadas dos ingleses chegariam do mesmo modo. É nesse instante que começa afetar os grupos que detinham o poder local. Por causa deste regime de monopólio da Coroa, outros países começaram ocupar territórios brasileiros, havia do mesmo modo ataques de piratas e corsários e, várias formas de contrabando praticadas numa crescente, fugindo assim da tributação portuguesa.
A Metrópole estava atrasada diante das outras nações européias, que trocavam o mercantilismo pelo capitalismo, enquanto a colônia depois da corrida do ouro nas Gerais teve um aumento de população e desenvolvimento do mercado interno que coincidiu com a expansão do mercado internacional, assim criando terreno favorável a uma pregação revolucionaria.
Com a inviabilidade do sistema colonial econômico, cheio de imposições comerciais da Coroa, como o limite imposto à importação de escravos, restrições de livre circulação de produtos entre as províncias, a corrupção e os desmandos dos oficiais da Coroa. E mais importante os portugueses daqui, enxergam que estão desprestigiados pelos portugueses de lá, sendo que no inicio ainda se consideravam parte da Metrópole.
O movimento que na Europa foi contra o absolutismo, no Brasil foi contra o colonialismo, pois nas décadas finais do século XVIII, as tensões aumentaram, e já iniciava algumas conspirações de influencia por causa das revoluções francesas e americanas.
Através de livros, e principalmente de estudantes que viajavam para Europa para concluir seus estudos, no retorno difundiam em reuniões de academias literárias ou cientificas e sociedades secretas.
As sociedades secretas Maçonaria tiveram importante papel na divulgação desta idéias, que culminou com a Conjuração Baiana (loja maçônica “Os Cavaleiros da Luz”) e, na Revolução Pernambucana (loja “Areópago” que depois saíram duas: “Paraíso e Suassuna”).
No Rio de Janeiro houve uma multiplicação das sociedades secretas, tanto que quando D. João VI manda averiguar, manda fechar todas as lojas, coisa que não adiantou muito, pois logo depois elas se reorganizaram.
Outro fator interessante é ressaltar que enquanto na Europa a Maçonaria era de posição anticlerical, no Brasil os padres engrossavam as fileiras com funcionários, professores, comerciantes e fazendeiros.


Henrique Rodrigues Soares

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Obrigado!

No dia 16 de setembro de 2010, fizemos 1 ano de blog, e agradeço pelos 30 seguidores, pelas 4500 visitas e pelas 17 postagens com 13 comentários.

Não posso esquecer do selo recebido pelo Blog História Viva que nos enriqueceu de orgulho, presente do amigo Eduardo Marculino.

Postamos com seriedade e com paixão pela História, material próprio, de historiadores com suas identificações e de blogs com historiografia de qualidade.

No próximo mês tentaremos fazer um blog com mais dinâmica e com apresentação de maior contéudo.

Festejo com todos e deixo o meu obrigado.

Henrique Rodrigues Soares

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Tradição oral e história oral: revendo algumas questões.
















Começamos pela importância da tradição oral indígena para documentar tempos históricos onde não existem documentos escritos, pelo menos da parte dos indígenas.
Cada vez mais tem sido exigido pelos povos indígenas ser reavaliados a história das relações entre nativos e brancos, pois na sua visão está incorreto suas imagens e suas representações serem guiados pelo outro lado.
Os povos indígenas acreditam que a repetição oral de suas histórias será mais bem entendida, diferente do meio acadêmico que escrutinam suas fontes. O desafio está em conciliar os dois lados.


Abordagens históricas à análise da tradição oral.
Tradição oral – Bens materiais que ficaram do passado, ou outro vezes, o nome do processo pelo qual a informação é levada de geração a geração.
História oral – Método de pesquisa baseado em entrevistas de uma testemunha ocular do fato histórico.
Algumas abordagens:
1) No século XIX, os folcloristas europeus consideravam os relatos orais como coisas isoladas para colecionar.
2) Nessa formula surge com grupos de interesse que se apropriam de tradições indígenas, dizendo encontrar nelas espiritualidade ou conhecimento natural da ecologia.
Nas duas abordagens espera-se que problemas do estado moderno recebem respostas convenientes para os estados modernos vindo dos indígenas.


Apesar de alguns acadêmicos do século XIX se preocupar com o contexto social em que a tradição oral ocorre, contudo, interessavam pelo discurso do presente mais do que passado.
Em meados do século XX, os estruturalistas influenciados por Claude Lévi-Strauss que a tradição oral é expressões da mente humana, nada tem a ver com presente ou passado. São simbolicamente narrativas que atuam para tentar resolverem questões do
comportamento social que não podem ser resolvidas por causa de sua complexidade, isto é, não tem nada de real, pois a realidade está em nível mais profundo.
Outra estrutura deste século XX vincula a tradição oral aos movimentos políticos que usaram como interesse para acender o nacionalismo. Buscando reconstituir herança cultural perdida para unir a população por causa de suas origens. É usada como exemplo a Alemanha que esse nacionalismo floresceu unindo estados dispersos, e a China que no momento oportuno legitimou rebeliões contra o Império e depois foi sufocada pelo novo estado que fora criado.


Abordagens atuais á análise da tradição oral.
Atualmente a tradição oral é estudada sua formação como seu posicionamento, e pode ser vista como transmissões de conhecimentos. Não se pode comparar com a pesquisa acadêmica, pois diante de uma evidencia legitima pode possuir significados diferentes.
A história oral sobre o passado que já foi considerada limitada pelo seu caráter subjetivo, hoje se tornou uma virtude para entender os processos históricos através da vida de uma pessoa.
Neste entendimento temos duas abordagens:
1) Um focaliza a história social, a vida cotidiana e as contradições das relações de poder.
2) A outra se preocupa com a formação das narrativas e os seus meios usados para firmar seu discurso.


Vamos para alguns exemplos de observações em quatro contextos culturais:
1) Renato Rosaldo começou seu trabalho na Filipinas nos anos 70, pensando reconstruir a história desse povo usando fontes orais. Mas uma de suas contribuições foi demonstrar que pode ser prejudicada nossa capacidade de escutar o que está sendo dito. Segundo ele é um erro equiparar os depoimentos orais com documentos escritos, pois os depoimentos orais devem ser ouvidos no seu contexto. A advertência de Rosaldo é para que se estude o texto e não olhe através dele, em torno dele ou por trás dele.
2) Na Nova Zelândia, a historiadora Judith Binney resolveu comparar história dos maoris com os textos escritos dos pakehas, e sua maior conclusão que não há como acabar com as contradições entre história oral e escrita.
3) Trabalhando na África Oriental, David Cohen, verificou que deve haver um cuidado para não afirmar uma história oral, porque é inevitável o privilégio de classes ou clãs mais fortes, ou cujas tradições se assemelham mais as nossas. Fala também da memória que para alguns é mais escassa.
4) No fim dos anos 80 os chefes de algumas tribos decidiram defender seus direitos de terras na Suprema Corte de um mundo codificado com suas tradições orais. O juiz canadense negou valor da história oral como evidencia e se prendeu ao que havia de escrito para sua sentença.
O ponto em comum dos quatro exemplos é que em lugares diferentes a história oral tem peso diferente para suas sociedades.
Também devemos ser criteriosos sobre as tentativas de codificar essa história oral.


Instrução etnográfica: para onde nos conduz?
A tradição oral complica nossas perguntas quando olhamos para o discurso acadêmico, como ocidentais ficam perdidos diante de diferentes de tipos de evidencias para recriarmos o passado.
Quanto às questões indígenas ficarão as perguntas de quem faz a história legitima? Quem identifica os eventos que são importantes historicamente?
Há duas correntes que estudam a reconstrução da história indígena:
1) O estudo de sociedades autônomas de pequena escala é um erro porque está contraria ao sistema mundial em quais todas as economias estão inseridas.
2) A postura cultural construcionista oposta sugere que a cultura está sempre em processo por decorrência das condições externas.
A conclusão vem do antropólogo Richard Lee que fala que um faz isso negando a existência das sociedades autônomas de pequena escala e o outro diz que suas histórias foram inventadas.


Resenha de Henrique Rodrigues Soares - Sobre parte do livro Uso e Abuso da História Oral de Janaina Amado

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Sobre os Annales















Os Annales construíram uma nova história abordando novos grupos sociais, novas perspectivas que eram negligenciadas por antigos historiadores. Com novos métodos, novas fontes e a colaboração de outras ciências, numa construção interdisciplinar.

Começamos na 1° geração onde mudamos de uma história narrativa de acontecimentos para uma história problema, onde nos preocupamos com a geografia, a psicologia e o econômico.

“Outra característica marcante e poderosa do estudo de Febvre era a introdução geográfica, que traçava um nítido perfil dos contornos da região. (...)
O interesse de Febvre pela geografia histórica era suficientemente grande para publicar, sob o incentivo de Henri Berr, um estudo geral sobre o assunto com o titulo de L aterre et l’évolution humaine.”

Marcados pelas figuras de Marc Bloch e Lucien Febvre foi fundada a Revista dos Annales, num ambiente favorável na cidade de Estrasburgo, onde se encontrava um grupo interdisciplinar grande e atuante. Bloch era ligado mais a sociologia do que a geografia, porém insistia na necessidade do historiador dialogar com outras fontes como arqueologia, psicologia e assim por diante.

“(...) Bloch pensava no tema sob a perspectiva de uma história-problema. Num estudo de caráter regional, aprofundou-se tanto a ponto de pôr em questão a própria noção de região, argumentando que esta dependia do problema que se tinha em mente. “ Por que, escreveu ele, devemos esperar que o jurista interessado no feudalismo, o economista que está estudando a evolução da propriedade no interior do país nos tempos modernos, e o filólogo que trabalha os dialetos populares tenham todos que respeitar fronteiras precisamente idênticas?” (Bloch, 1913, p122.)”

Na 2º geração através da figura de Fernand Braudel torna-se verdadeiramente uma escola com estruturas e firmezas dos seus conceitos e métodos. São no seu trabalho como historiador que podemos ver a mudança de um conceito de narrativa de grandes homens para o entendimento do meio que vive, fica explicito no livro Mediterrâneo.

“ Não chegamos ainda ao coração do problema. Abaixo das correntes sociais jaz uma outra história, “uma história quase imóvel... uma história lenta a desenvolver-se e a transformar-se, feita muito frequentemente de retornos insistentes, de ciclos sem fim recomeçados” (Ibid., p.20). A verdadeira matéria do estudo é essa história “do homem em relação ao seu meio”, uma espécie de geografia histórica, ou, como Braudel preferia denominar, uma “geo-história”.”
A terceira geração é marcada pela fragmentação, onde encontra espaço para historiadores de outras nacionalidades que não a francesa, também a inclusão das mulheres. Um dos períodos mais difíceis de explicar sua formação, sua identidade, pois alguns dos Annales continuam explorando os mesmos caminhos da 1º e 2º geração, mas outros voltam à narrativa política e dos eventos.

A falta de uma figura principal como nas gerações anteriores, porém não ofuscam a redescoberta da história das mentalidades e a tentativa de empregar métodos quantitativos na história cultural.

“(...) Dois dos mais destacados historiadores recrutados para a história das mentalidades, no inicio dos anos 60, foram os medievalistas Jacques Le Goff e Georges Duby. Le Goff, por exemplo, publicou um famoso artigo em 1960 sobre “O tempo dos mercadores e o tempo da Igreja na Idade Média” (Le Goff, 1977, 29-42).”
Para concluirmos entendemos que a contribuição dos Annales está na abertura para uma nova discussão, e para novas perguntas que cada dia a sociedade formula.


Resenha sobre livro Escola dos Annales de Peter Burke.
Bibliografia e trechos retirados do livro descrito.

Henrique Rodrigues Soares

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Crise no Mundo Medieval


De meados do século XII a cerca de 1340, o desenvolvimento da cristandade latina atinge o seu apogeu. Nesse apogeu a França ocupa o primeiro lugar e o grande movimento de urbanização está no auge. As cidades são uma das principais manifestações e um dos motores essenciais dessa culminação medieval. A atividade econômica, cujo centro são as cidades, chega ao seu mais alto nível. Sob a égide de uma Igreja que se adapta à evolução e triunfa sobre a ameaça herética, particularmente viva em certos meios urbanos, uma nova sociedade, marcada pelo cunho urbano, manifesta-se num relativo equilíbrio entre nobreza, que participa do movimento urbano mais do que se tem afirmado, burguesia que dá o tono, se não o tom, à sociedade, e classes trabalhadoras, das quais uma parte — urbana — fornece a massa de mão-de-obra às cidades, e a outra — rural — alimenta a cidade e é penetrada por seu dinamismo. A cultura, a arte e a religião têm uma fisionomia eminentemente urbana. Mas a cidade tende também a se instalar, se não a estacionar. Ela cristaliza seu corpo físico nos lugares em que se fixou, quase sempre no interior das muralhas onde se encerra, institucionaliza seu impulso político numa comunidade vitoriosa mas estabilizada, sua atividade produtora se organiza segundo uma tendência corporativa, sua efervescência escolar e intelectual se acomoda nas universidades. Ela estabelece sua imagem e constrói seu imaginário e sua ideologia. Mas acima dela o poder monárquico insere-a numa construção que a ultrapassa e a submete. Passa-se da cidade selvagem e conquistadora à "boa" cidade. Jerusalém, a cidade da esperança, não triunfou sobre Babilônia, a cidade da desordem. Em breve, a partir de 1260, com velocidade maior ou menor, conforme as regiões, desequilíbrios estruturais da economia e da sociedade, marcados por uma longa crise conjuntural que se aprofunda e se manifesta a princípio nas cidades, conduzem a uma crise de múltiplos aspectos. A ativação dos distúrbios sociais evoca uma realidade de desigualdades e lutas que uma harmonia de fachada mascarara durante algum tempo, as crises monetárias mostram a fragilidade de uma economia baseada no dinheiro com a qual as cidades quase se haviam identificado, a multiplicação das reclusões e das exclusões revela o aumento do número de marginais de todos os tipos, a teologia, a literatura e a arte deixam transparecer a inquietude que se exprime principalmente nas cidades. No Concilio de Vienne-sur-le-Rhône, em 1311, os contestatários franciscanos fazem a acusação da cidade.


Extraído do Livro 'O Apogeu da Cidade Medieval' de Jacques Le Goff

domingo, 10 de janeiro de 2010

Prêmio Selo Blogs da Semana por História Viva




















Para começarmos o Ano 2010 fomos agraciados com o Selo Blogs da Semana, prêmio conferido pelo Blog História Viva.
Todos agradecimentos aos nossos amigos que nos visitaram e os que nos seguem trazendo responsabilidade a escolha de nosso conteúdo.
Nesta semana nosso Blog O Historiador começa a fazer sua História.
Obrigado ao Eduardo Marculino pela agradável surpresa.

domingo, 3 de janeiro de 2010

O Historiador e as Fontes Históricas













O Historiador e as Fontes Históricas
Resumo: A presente reflexão visa demonstrar como e grande e diversa as fontes históricas que o historiador dispõe para reconstruir a trama histórica dos indivíduos sociais no tempo e espaço.
O Historiador e o dialogo com o passado
Alguém pode perguntar: como historiador estabelece o contato, dialogo com o passado? Como chegar ate lá, se ele não existe mais? Como o conhecimento do passado e possível?
Tendo em vista que todo conhecimento do passado é "indireto" e, logo, o historiador, por definição, está na impossibilidade de ele próprio constatar os fatos que estuda [2]". Assim, como afirma François Simiand, o conhecimento histórico é "um conhecimento através de vestígios [3]" de marcas perceptíveis aos sentidos deixadas "por um fenômeno em si mesmo impossível de captar" [4]
Diante disso, resta ao historiador à tarefa de tentar reconstituir possíveis existências para as pessoas do passado e os contextos em que estavam mergulhadas, em que elas atuaram produzindo suas formas de vivência que relegaram ao presente.
Assim, temos que pesquisar a os seres humanos tanto do ponto de vista de seu tempo-espaço como os processos que produzem os fatos dentro de um determinado período de tempo. Dessa forma, podemos dizer que a História relaciona-se com o Tempo [5]. E, mais especificamente, ela relaciona-se com o passado visto a partir do presente. Ou, ainda, é o presente, procurando dar um sentido e uma explicação para o passado.
A "pegada humana" ao longo dos tempos, dentro do processo histórico, é, ao mesmo tempo, processo de produção da cultura e uma necessidade de cristalização que se realiza pelo registro. Essa cristalização se dá mediante as fontes [6], os vestígios e as marcas que compõem o patrimônio histórico e é o resultado da ação concreta dos seres humana em um determinado tempo e espaço. Portanto, em sua temporalidade os seres humanos produzem suas marcas culturais e patrimoniais voluntariamente e involuntariamente (traços deixados pelos homens sem a mínima intenção de legar um testemunho à posteridade). Essas pegadas - marcas servem não só para registrar a atuação humana, mas como também para cristalizar o a sua ação, os fatos ou os processos que produziram esses acontecimentos. Neste sentido, Marc Bloch revela que "é quase infinita a diversidade dos testemunhos históricos. Tudo quanto o homem diz ou escreve, tudo quanto fabrica, tudo em que toca, pode e deve informar a seu respeito." [7]. Portanto, Bloch nos diz que e grande a diversidade de fontes históricas de que o historiador pode trabalhar na reconstrução das sociedades passadas. Portanto, tudo que o homem produziu e deixou na história e o objeto do historiador.
Neste ponto de vista, podemos dizer que pesquisar a história é buscar a compreensão dos processos que produziram os fatos que marcaram o tempo e espaço. Isso é possível por que todas as coisas têm história e podemos estudar a história de tudo. Tudo que acontece e que aconteceu é história. A história, portanto, trabalha com o passado, com aquilo que os seres humanos produziram no passado. Assim, o pesquisador, reconstrói a história, mas faz isso no seu presente, pois ele é um estudioso que está em uma sociedade diferente daquela que ele volta seus olhos para pesquisar e apreender suas especificidades. Ademais, tudo tem sua historicidade, e logo o homem sendo protagonista da história, atuando-produzindo e deixando "pegadas", ou utilizando outro termo, suas marcas ao longo de sua trajetória, ai está a gama de fontes que dispusemos para escrever a respeito.


Referencias Bibliográficas
BLOCH, Marc. Introdução à História. Publicações Europa-América, (s/d).
------------------. Apologia da História ou O Ofício de Historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2002.

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[1] Esta breve reflexão faz parte de um trabalho mais extenso que venho desenvolvendo intitulado: Metodologia com Fontes Periódicas na Pesquisa Histórica
[2] BLOCH, 2002, p. 69.
[3] Ibidem, p. 73.
[4] Ibidem
[5] Ao determos que a História é o estudo do homem no tempo, rompe-se com a idéia de que a História deve examinar apenas e necessariamente as ações do homem já transcorridas: o passado. O que ela estuda na verdade são as ações e transformações humanas (ou permanências) que se desenvolvem ou se estabelecem em um determinado período de tempo, mais longo ou mais curto. Assim, desta maneira, a História é o estudo do Homem no Tempo e no Espaço.
[6] Existem documentos que são dominados fontes primarias e outros, fontes secúndarias. As fontes primárias são testemunhas do passado que se caracteriza por ser contemporânea dos fatos históricos a que se referem. Grosso modo estabelecemos aqui, a tipologia de fontes primarias que são as "pegadas" deixadas na história pela ação dos homens, que o historiador utiliza para reconstruir o passado o mais próximo possível do que aconteceu: fontes escritas: documentos jurídicos (constituições, leis, decretos), sentenças, testamentos, inventários, discursos escritos, cartas, livros de contabilidade, livros de história, autobiografia, diários biográficos, crônicas, poemas, novelas, romances, lendas, mitos, textos de imprensa (jornais e revistas), censos, estatísticas, mapas, gráficos e registros paroquiais ect. Fontes orais: entrevistas, gravações (de entrevistas, por exemplo), lendas contadas ou registradas de relato de viva voz, programas de radio e fitas cassete etc. Fontes materiais: utensílios, mobiliários, roupas, ornamentos (pessoais e coletivos), armas, símbolos, instrumentos de trabalho, construções (templo, casas, sepulturas), esculturas, moedas, restos (de pessoas ou animais mortos), ruínas e nomes de lugar (toponímia) e outras mais. Fontes visuais: pinturas, caricaturas, fotografias, gravuras, filmes, vídeos e programas de televisão, entre outros. No que tange as fontes secundárias, estas são registros que contêm informações sobre os conteúdos históricos resultantes de uma ou mais elaborações realizadas por diferentes pesquisadores. Essas fontes nos chegam por pesquisadores que realizam reconstruções do passado, cujas referencias são de diferentes fontes primarias. Ou seja, são as diversas interpretações que os pesquisadores realizam das fontes primarias. E, o caso dos trabalhos acadêmicos. (Teses, Dissertações).
[7] BLOCH, (s/d).
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RENATO CARVALHO
Graduando em História pela Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí - PR. Desenvolve pesquisa sobre metodologia com Fontes Periódicas na Pesquisa Histórica.