quinta-feira, 31 de março de 2011

Sobre nossa Independência - parte 7


O dia do Fico

As lideranças paulista com as fluminenses, e principalmente os portugueses que aqui ficaram era grande o risco de uma independência de grupos que cortariam todos os privilégios dos que dominavam neste momento, até porque havia algumas províncias que buscavam uma republica particular, havia o medo da anarquia comandada pelos pobres e escravos que eram a maior parte da população.
Para o Príncipe era chance de ser rei de fato, já que em Portugal teria que se submeterem as Cortes, enquanto no Brasil seria líder de um novo país monárquico, como se refere o historiador Hamilton de Mattos Monteiro:

“As lideranças paulistas articulam, ao lado do prestigioso Senado da Câmara do Rio de Janeiro, a permanência do príncipe no Brasil, em aberta rebeldia contra Lisboa. Para paulistas e
fluminenses era grande o risco de desagregação do Brasil e de vitória das forças locais, particularmente em Pernambuco e no Sul, sob a égide do republicanismo. Para os grandes
fazendeiros e comerciantes, tais forças, emanadas da pequena burguesia e do povo, representavam a anarquia, a possibilidade de se extinguir a escravidão e a luta aberta contra os portugueses radicados aqui. Assim, uma monarquia grande e forte, ainda mais representando a continuidade, sob o cetro dos Braganças, era a mais importante garantia da ‘ordem’.” (História Geral do Brasil – pág. 133).

De imediato através de uma petição pública, o princípe-regente responde com o Fico, destitui o gabinete constituído por seu pai, e coloca o paulista José Bonifácio ( um dos lideres de toda esta trama) presidindo o novo gabinete, e começa a briga pela monarquia brasileira autônoma de Portugal. Na segunda fase uma luta contra fragmentação deste reino em províncias que aderiam ainda aos portugueses, e outras que buscavam caminhos próprios republicanos.


Henrique Rodrigues Soares