segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Sobre nossa Independência - Parte 9 - Final


Conclusão:

O que vemos o tempo todo é uma luta de proprietários, comerciantes, isto é, uma elite que reinvidica poder político em suas mãos.
Falam de liberalismo ao seu modo, são liberais a favor da escravidão, dos direitos exclusivistas. Os movimentos sempre pensavam localmente e diante de objetivos
momentâneos. Não havia como alguns pregam um sentimento revolucionário que bebia
das fontes francesas. Conforme citado por Emilia Viotti.

“Embora seja evidente a influencia das idéias revolucionárias européias nos movimentos ocorridos no país, não se deve superestimar sua importância. Analisando-se os movimentos percebe-se, de imediato, sua pobreza ideológica. Inspiram-se os revolucionários vagamente ns obras dos autores europeus, conhecidas apenas de um pequeno grupo de letrados pertencentes às categorias mais representativas da sociedade: funcionários, fazendeiros, comerciantes, médicos, advogados, que as lêem frequentemente mais com entusiasmo do que com espírito critico. A maioria da população, inculta e atrasada, não chegava a tomar conhecimento das novas doutrinas.” (Brasil em Perspectiva).

Um nacionalismo inexistente de uma pátria que até hoje procura sua identidade política, e uma democracia para que todo o povo tenha suas escolhas, e não oligarquias patriarcais escolham por todos nós.




Bibliografia.
CAMPOS, Flávio de; MIRANDA, Renan Garcia. A escrita da História. 1.ed. São Paulo: Escala Educacional, 2005.
COSTA, Emilia Viotti. Da Monarquia à República
LINHARES, Maria Yedda (organizadora). História Geral do Brasil. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 1990.

TEIXEIRA, Francisco M. P.; DANTAS, José. História do Brasil da Colônia à República. 2. ed. São Paulo: Moderna, 1979.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Sobre nossa Independência - parte 8


Independência

Em junho de 1822, Dom Pedro convoca uma assembléia constituinte que seria formada por eleitos de cada província, só que existe divergências como será a forma de votos diretos ou indiretos, claro que acaba sendo indireto com padrões bem exclusivistas, para eliminar expressão popular.
No inicio de agosto são feito dois manifestos em que se ainda fala numa intenção de manter o Império numa monarquia dual, sendo que no segundo uma independência política, mas unida a Portugal. Enquanto isso, José Bonifácio construía amizades com nações para solidificar a aceitação da Independência.
Diante da intransigente posição das Cortes em Lisboa que em momento algum aceitou acordo, sabendo por ordem oficial de Portugal a destituir o governo provisório do Brasil. Não teve outra escolha, no dia 07 de setembro de 1822 proclamou a Independência do Brasil.
O que para muitos foi o ápice, na realidade era o inicio de uma revolução oligárquica dos grupos brasileiros que não aceitariam os moldes como foram formado o governo de Dom Pedro I.
Um governo com braço político e militar português, com privilégios aos patrícios do Imperador que incomodava a elite brasileira.
Apartí daí começa a crise entre o Dom Pedro I e a Assembléia Constituinte, que no dia 12 de novembro de 1823 cerca o prédio e destitui a Assembléia.
Logo após, manda redigir uma Constituição que atenda suas intenções e jura sobre ela.
Em 1826, o Imperador abre novamente a Assembléia Constituinte que volta a confrontos contra suas decisões, até que ele abdica o trono em favor de seu filho. O que para muitos completa o processo de Independência do Brasil.


Henrique Rodrigues Soares - História do Brasil

quinta-feira, 31 de março de 2011

Sobre nossa Independência - parte 7


O dia do Fico

As lideranças paulista com as fluminenses, e principalmente os portugueses que aqui ficaram era grande o risco de uma independência de grupos que cortariam todos os privilégios dos que dominavam neste momento, até porque havia algumas províncias que buscavam uma republica particular, havia o medo da anarquia comandada pelos pobres e escravos que eram a maior parte da população.
Para o Príncipe era chance de ser rei de fato, já que em Portugal teria que se submeterem as Cortes, enquanto no Brasil seria líder de um novo país monárquico, como se refere o historiador Hamilton de Mattos Monteiro:

“As lideranças paulistas articulam, ao lado do prestigioso Senado da Câmara do Rio de Janeiro, a permanência do príncipe no Brasil, em aberta rebeldia contra Lisboa. Para paulistas e
fluminenses era grande o risco de desagregação do Brasil e de vitória das forças locais, particularmente em Pernambuco e no Sul, sob a égide do republicanismo. Para os grandes
fazendeiros e comerciantes, tais forças, emanadas da pequena burguesia e do povo, representavam a anarquia, a possibilidade de se extinguir a escravidão e a luta aberta contra os portugueses radicados aqui. Assim, uma monarquia grande e forte, ainda mais representando a continuidade, sob o cetro dos Braganças, era a mais importante garantia da ‘ordem’.” (História Geral do Brasil – pág. 133).

De imediato através de uma petição pública, o princípe-regente responde com o Fico, destitui o gabinete constituído por seu pai, e coloca o paulista José Bonifácio ( um dos lideres de toda esta trama) presidindo o novo gabinete, e começa a briga pela monarquia brasileira autônoma de Portugal. Na segunda fase uma luta contra fragmentação deste reino em províncias que aderiam ainda aos portugueses, e outras que buscavam caminhos próprios republicanos.


Henrique Rodrigues Soares

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Historicismo versus Positivismo - Parte 1



















O Positivismo teve como propósito transformar a História em uma ciência. A partir disso, os positivistas procuravam uma objetividade nos métodos utilizados para analisar os fatos históricos, que para eles deviam ser sempre buscados nos documentos escritos e legitimados pelo Estado.

Para os positivistas, os métodos utilizados nas ciências da natureza poderiam ser aplicados para uma análise social. Contudo, o historiador deveria manter certa imparcialidade diante seu objeto de estudo, sendo totalmente neutro para que assim chegasse a uma verdade histórica objetiva. Os positivistas faziam apenas uma análise geral para aquele fato, sem entrar em detalhes, descrevendo apenas o que o documento “fala por si só”, ou seja, ele descrevia apenas aquilo que estava escrito, sem emitir juízo de valor, sendo totalmente imparcial e objetivo. Para os historiadores positivistas, as análises não poderiam ser desconstruídas, pois os fatos são verdades absolutas.

Já a corrente historicista é uma corrente contrária ao positivismo, pois nela o historiador tem um contato direto com seu objeto de estudo, não se afastando do mesmo, pois ambos se “refletem entre si”.

A partir de tais regras, notamos que o historicismo não busca fazer uma análise objetiva do fato histórico, pois tal fato é construído e reconstruído a partir de diferentes análises. Na concepção historicista o fato está preso em seu tempo e a análise é factual, não sendo mais uma “linha do tempo”, onde os fatos são postos cronologicamente, mas podendo-se analisar certo “ponto” histórico, não sendo necessariamente linear.

Portanto, os tempos históricos e cronológicos do historicismo “andam juntos”, pois esta é uma tentativa de ruptura com o positivismo.


Henrique Rodrigues Soares.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Sobre nossa Independência - Parte 6














Revolução do Porto
O mais interessante que esta Revolução Constitucionalista em Portugal que foi vital para o caminho da Independência do Brasil.
A mudança de Lisboa para o Rio de Janeiro da família real, que no inicio foi uma solução, agora havia se tornado um problema, já que até pela posição geográfica o Rio de Janeiro era o centro do Império Português.
Perto da África, com livre mercado com ingleses, com as províncias ligados ao Rio pela centralidade da realeza, Portugal vai ficando como adjacente do Brasil.
Na realidade Portugal estava acordando pelo efeito desta inversão brasileira, até porque havia sempre vivido da exploração colonial, e agora tinha ficado a mercê de uma economia local muito frágil para os padrões europeus.
Com idéias revolucionárias do fim do absolutismo que já havia acontecido em todo continente, este movimento da cidade de Porto estabeleceu a convocação de uma assembléia constituinte sob o nome Cortes para cobrar e pressionar o rei a sua volta e o retorno dos monopólios portugueses.
A demora da decisão de Dom João VI em voltar, pois chegou a pensar em enviar seu filho, o príncipe Dom Pedro, só aumentava a revolta do povo português contra a monarquia, e a angustia em frente à miséria que assolava ao Reino Português.
A Revolução vencia sua primeira exigência, o rei retornava contra sua própria vontade no dia 26 de abril de 1821 com parte da corte, pois deixa seu filho como príncipe-regente do Brasil.
Porém a Assembléia das Cortes exigia também mudanças econômicas e políticas que subordinassem o Brasil ao antigo regime colonial. Foi retirado o poder do governo regencial de Dom Pedro no Brasil, extinguidos todos os tribunais e departamentos governamentais no Rio de Janeiro. Foi enviadas tropas para o Rio de Janeiro e Pernambuco para submeter o Príncipe, e também por serem os maiores centros ideais de independência.
Ao ver que o Rio de Janeiro e algumas províncias se rebelaram contra seus decretos, as Cortes tenta dialogar com cada província separada. Pernambuco e Ceará não aceitavam mais intervenções portuguesas, entretanto, os pernambucanos se mostravam querer uma independência própria. Minas Gerais hesitava no mesmo propósito, enquanto São Paulo se aliava ao Rio de Janeiro dando sustentação ao Príncipe-regente. No restante estavam subordinados as Cortes.


Henrique Rodrigues Soares