O termo apartheid se refere a uma política racial implantada
na África do Sul. De acordo com esse regime, a minoria branca, os únicos com
direito a voto, detinha todo poder político e econômico no país, enquanto à
imensa maioria negra restava a obrigação de obedecer rigorosamente à legislação
separatista. Esta palavra no idioma africâner
é separação.
A política de segregação racial começou a partir de 1913 e
foi oficializado em 1948, com a chegada do Novo Partido Nacional (NNP) ao
poder. O apartheid não permitia o acesso dos negros às urnas e os proibia de
adquirir terras na maior parte do país, com a criação da Lei das Terras Nativas
que destinava 87% das terras do país à minoria branca, obrigando a população
negra a viver em zonas residenciais segregadas, uma espécie de confinamento
geográfico. Casamentos e relações sexuais entre pessoas de diferentes etnias
também eram proibidos.
A oposição ao apartheid teve início de forma mais intensa na
década de 1950, quando o Congresso Nacional Africano (CNA), organização negra
criada em 1912, lançou uma desobediência civil. Em 1960, a polícia matou 67
negros que participavam de uma manifestação pacífica. Mandela sempre defendeu a
luta pacífica contra o apartheid, porém, depois deste dia 21 de março, nesse
que ficou conhecido como “O Massacre de Sharpeville”, fez com que Mandela
passasse a defender a luta armada contra o sistema.
Em 1961, Mandela tornou-se comandante do braço armado do
CNA, conhecido como "Lança da Nação". Passou a buscar ajuda
financeira internacional para financiar a luta. Porém, em 1962, foi preso e
condenado a cinco anos de prisão, por incentivo a greves e viagem ao exterior
sem autorização. Em 1964, Mandela foi julgado novamente e condenado à prisão
perpétua por planejar ações armadas.
No dia 16 de junho de 1976 outra manifestação que ficou
conhecida como o Levante de Soweto (ou Massacre de Soweto) começou com uma
marcha de 10.000 estudantes carregando faixas e palavras de ordem, dizendo:
"Abaixo Afrikaans" e "Viva Azania" (o nome dado à África do
Sul por nacionalistas negros). Policiais
armados tentaram cercar os alunos como eles chegaram Phefeni School, sobre uma
pequena colina rodeada pelas casas de mais de um milhão de sul-africanos
negros.
A polícia diz que os alunos começaram a atirar pedras e
outros objetos. Eles responderam disparando munição real contra a multidão. Outro repórter disse que viu a polícia atirar
uma granada de gás lacrimogêneo contra a multidão, sem aviso prévio. Quando os
manifestantes responderam com pedras, os policiais abriram fogo.
Hoje é comemorado nesta data, o dia da criança africana por
causa da celebre foto de uma criança negra morta levada no colo por outro jovem
negro.
Com o fim do império português na África (1975) e a queda do
governo de minoria branca na Rodésia, atual Zimbábue (1980), o domínio branco
na África do Sul entrou em crise. Esses fatos intensificaram as manifestações
populares contra o apartheid. A Organização das Nações Unidas (ONU) tentou dar
fim à política praticada no país. O presidente Piter Botha promoveu reformas,
mas manteve os principais aspectos do regime racista.
Com a posse de Frederick de Klerk na presidência, em 1989,
ocorreram várias mudanças. Em 1990, Mandela foi libertado e o CNA recuperou a
legalidade. Klerk revogou as leis raciais e iniciou o diálogo com o CNA. Sua
política foi legitimada por um plebiscito só para brancos, em 1992, no qual 69%
dos eleitores (brancos) votaram pelo fim do apartheid.
Klerk e Mandela ganharam o Prêmio Nobel da Paz em 1993. Em abril
de 1994, Nelson Mandela foi eleito presidente da África do Sul nas primeiras
eleições multirraciais do país.
O Parlamento aprovou a Lei de Direitos Sobre a Terra,
restituindo propriedades às famílias negras atingidas pela lei de 1913, que
destinou 87% do território à minoria branca.
Henrique Rodrigues Soares - História Contemporânea
1ª imagem no lado esquerdo mais acima " Massacre de Sharpeville"
2ª imagem no lado direito mais abaixo " Massacre do Soweto"
Todas imagens da internet.
Bibliografia:
BRAICK, Patrícia Ramos; MOTA, Myriam Becho. História: das cavernas ao terceiro milênio. São Paulo: Moderna, 2010.
ALMANAQUE ABRIL 2013. São Paulo: Editora Abril, 2013.
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